CORD - Clínica de Ortopedia e Recuperação Desportiva
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CONDROMALÁCIA PATELAR

A patela é um osso tipo sesamóide (que fica no meio de um conjunto tendinoso), com formato triangular, e localizado na frente do joelho. Possui no pólo superior a inserção da musculatura anterior da coxa (Quadríceps) e no pólo distal a origem do ligamento/tendão patelar. Tem como funções a melhora do movimento de flexo-extensão (polia) e proteção das estruturas internas. É um componente fundamental do chamado aparelho extensor do joelho.

Possui conexões com praticamente todas as estruturas articulares, sofrendo assim ação de forças multidirecionais, que quando não bem equilibradas podem gerar sobrecargas na sua face interna que é revestida por cartilagem. Outro fator que pode influenciar é o alinhamento do membro inferior (normalmente com valgo discreto) e o ângulo do aparelho extensor (ângulo Q).

A função do revestimento de cartilagem é permitir o deslizamento da patela no fêmur durante o movimento de flexão e extensão do joelho. Quaisquer alterações nas forças atuantes sobre a patela, ou imperfeições nas superfícies ou formato ósseo, podem precipitar o aparecimento de lesões na cartilagem. Esses problemas podem ter origem genética (anatômica) ou traumática.

A Condromalácia Patelar é um “amolecimento” anormal da cartilagem articular da patela que pode evoluir para a quebra na sua integridade (rachaduras) e perda de substância (falhas). Atinge em média 15 a 33% da população adulta e 21 a 45% dos adolescentes.  A denominação Síndrome Patelo-Femoral parece mais adequada para a situação, pois o tecido cartilaginoso é desprovido de terminações nervosas, e a dor normalmente é causada pelo fator causal da sobrecarga/lesão e pela agressão ao osso subcondral.

O diagnóstico é clínico, podendo ser comprovado por exames de imagem (RNM).

Os sintomas mais comuns são: dor relacionada à esforços ou longos períodos sentado, dificuldade para descer e subir escadas, crepitaçōes (barulhos internos), aumento da sensibilidade em dias frios e sensaçōes de fraqueza / falseios.

É classificada de acordo com o acometimento da superfície condral em:

- Grau I: quando há apenas um amolecimento

- Grau II: há um "desfiamento" condral

- Grau III: há rachaduras na superfície

- Grau IV: há exposição do osso subcondral

Para iniciar um tratamento mais eficaz, os sintomas de dor devem ser cuidadosamente analisados sendo a sobrecarga óssea subcondral, ou a existência de um mal alinhamento, com tensões ou estiramentos das estruturas ligadas à patela, a sua causa principal. Atualmente as alterações vasculares do membro inferior (www.vascular.proe a formação de neuromas na cápsula articular têm sido motivo de muitos estudos, e as análises cuidadosas deste sistema e desta estrutura são obrigatórios. A idéia básica é analisar o causador da quebra da harmonia desta articulação para que o tratamento seja focado na CAUSA pro problema e não exclusivamente nas suas consequências.

Pela pouca vascularização do tecido cartilaginoso, não há uma reciclagem celular satisfatória, e os processos cicatriciais não conseguem recuperar o tecido lesionado. Sendo assim, outro conceito importante a ser passado ao paciente é que o tratamento busca ESTABILIZAR a lesão e não curá-la por completo. Mas que controlando a doença os sintomas podem ser minimizados até o nível de não incomodar nem limitar mais o paciente.

A estabilização consiste em analisar a causa da sobrecarga e corrigí-la. Para isso a fisioterapia e os exercícios físicos bem orientados são fundamentais.

Alguns recursos medicamentosos são interessantes. Os chamados CONDROPROTETORES que são os compostos com Sulfatos de Glicosamina/Condroitina e outras substâncias são PROTETORES de cartilagem existentes, apresentando pouca ou nenhuma atuação nas áreas lesionadas. Deve ser usado como uma “vitamina de cartilagem”, e é usado com freqüência pela equipe médica responsável pelo site.

O principal recurso “clínico” utilizado é o HIALURONATO DE SÓDIO. Trata-se de um tratamento com infiltrações seqüenciais (entre 3 a 5)com os objetivos de: melhorar a lubrificação e nutrição  intra-articular, fortalecer a camada de ácido hialurônico anti-choque que reveste a cartilagem, e estimulando as membranas sinoviais a produzir mais líquido. Isso tudo contribui para a melhora da sua vitalidade e  permite um movimento articular com menos atrito. Este tratamento é comprovado cientificamente como superior a qualquer tratamento com medicaçōes via oral e pode ser utilizado também em casos de artrose do joelho.

O PRP (Plasma Rico em Plaquetas) é uma parte do nosso sangue que contém múltiplos fatores de controle inflamatório e estimulação cicatricial local. Sua ação visa proporcionar melhora nos sintomas de dor e no inchaço articular, além de , possivelmente, melhorar a qualidade celular local. Estudos recentes demonstram que a sua utilização somada à viscossuplementação oferecem alívio mais prolongados dos sintomas, além de melhorar o equilíbrio interno articular, diminuindo assim os efeitos da doença de cartilagem ou artrose, já instaladas.

Além destes, os medicamentos sintomáticos podem ser utilizados. O uso excessivo de anti-inflamatórios pode interferir nos processos cicatriciais e deve ser preterido pelos analgésicos.

Em casos de lesões importantes, com atrito intenso ou desvios na posição ou movimento articular, pode-se optar por uma artroscopia para regularizar a lesão de cartilagem e se necessário aumentar/diminuir a atuação de forças que possam estar influenciando internamente na gênese da patologia.

Caso haja um mal alinhamento patelar importante, alguns procedimentos maiores podem auxiliar. As cirurgias para modificar a posição da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) - anteriorização / medialização / distalização e a medialização patelar com reconstrução do ligamento patelo-femoral medial  são as mais utilizadas, porém, repetindo, a indicação deve ser precisa para que não haja procedimentos desnecessários ou incompletos.

Saiba mais sobre o tratamento de cartilagem com ácido hialurônico (viscossuplementação) clicando aqui.