Os conceitos atuais de tratamento valorizam muito a manutenção da anatomia original de uma articulação, e seus potenciais de estabilização e regeneração tecidual.
Isso se deve a constatação cientifica de que muitos tratamentos cirúrgicos, tidos antigamente como obrigatórios, não mostram na verdade resultados muito diferentes de tratamentos conservadores para alguns tipos de lesão no joelho.
Estudos avançados sobre regeneração tecidual. Também tem nos oferecido subsídios para investir nas terapêuticas menos agressivas, mesmo ainda não havendo uma consagração científica, porém ja demonstrando que, no mínimo, há uma melhor estabilização tecidual local, diminuindo e controlando melhor a sintomatologia do paciente.
Alguns exemplos na medicina do joelho nos comprovam a importância do conceito anatômico nos tratamentos. Um é o ligamento cruzado anterior (LCA), cuja técnica cirúrgica foi modificada desde o inicio dos anos 2000, passando por teorias como a dupla-banda, mas definindo o conceito da reconstrução anatômica como uma regra para um bom resultado. Deixamos de fazer uma cirurgia igual para todos os pacientes e começamos a realizar uma técnica individualizada, fixando o enxerto exatamente no lugar aonde estava o ligamento original.
Outra estrutura cuja abordagem mudou totalmente foi o menisco, que vem adquirindo tanta importância para a estabilidade e vitalidade do joelho, que de banalizado no passado passou a peça principal do quebra-cabeça chamado joelho. Atualmente preservamos tentando o tratamento conservador em casos de lesões estáveis, ou suturando e restaurando o menisco em casos de lesões instáveis e com alto potencial de piora.
A evolução continua, e em breve novos recursos da medicina biológica provavelmente nos ajudarão a restaurar estruturas lesionadas e manter o joelho funcional, e novas técnicas e materiais cirúrgicos substituirão como mais perfeição as áreas danificadas, proporcionando retorno a vida normal aos pacientes anteriormente limitados.